Opa, não é FOME não é FoMO.
Mas afinal que palavra esquisita é essa e o que ela tem a ver com o tempo e a produtividade das pessoas?
FoMO é a sigla em inglês para Fear of Missing Out e foi descrita pela primeira vez no ano 2000 pelo estrategista de marketing Dan Herman.
Traduzindo para o português, essa sigla significa algo como o “medo de ficar de fora” ou “medo de perder algo”.
Alguns anos depois o pesquisador da universidade de Harvard, Patrick McGinnis e o também pesquisador Andrew Przybylski, da universidade de Oxford, definiram a FoMO como o desejo de estar conectado o tempo todo com o que os outros estão fazendo e saber de tudo o que acontece.
Por acreditarmos que se trata-se de uma síndrome vamos chamá-la de “a FoMO”.
Entendendo a FoMO
Os principais sintomas de quem “está com” a FoMO é de alguém viciado em internet e em redes sociais de forma geral e segundo especialistas é identificado principalmente em jovens e adultos até 34 anos, mas pode afetar pessoas de qualquer idade.
Przybylski e McGinnis definem a FoMO como o medo de que outras pessoas tenham boas experiências que você não tem e saibam coisas que você não sabe.
Por consequência esse “medo” incentiva o indivíduo a ficar sempre conectado para saber de tudo e compartilhar novidades com os outros.
O lado perigoso da FoMO é causa angústia, mau humor e até depressão, bem como claro prejudicar a sua produtividade, mas sobre isso falaremos mais adiante.
A angústia social causada por essa síndrome, é, de acordo com estudos psiquiátricos, causada principalmente porque a relação dos usuários com a tecnologia ainda é algo muito novo em nossa sociedade.
O ambiente das redes sociais é usado pelas pessoas e empresas para demonstrarem exclusivamente momentos de alegria, sucesso e boas realizações.
Tudo gira em torno das “novidades” e dos bordões de marketing como “você não pode perder”, e “Fique por dentro de tudo que acontece”.
Aquela viagem inesquecível registrada no Instagram dos amigos, aquele conhecido da faculdade que comprou um carrão, o ex-colega de trabalho que foi promovido são alguns exemplos de gatilhos para a FoMO.
O fato é que as redes sociais costuram como que “uma realidade alternativa” onde só acontecem coisas boas, o que acaba atraindo a curiosidade das pessoas.
Além disso os algoritmos das redes sociais trabalham para estimular o consumo incessante de conteúdo.
Vídeos e fotos são sugeridos mais e mais e mais à medida que você vai consumindo um determinado assunto.
A mídia também contribui com isso, sempre oferecendo “iscas” para atrair a curiosidade de sua audiência, como por exemplo fofocas sobre celebridades, escândalos da política ou do mundo corporativo, o que vai acontecer nas próximas temporadas daquela série que está em alta e assim por diante.
Isso cria uma overdose de informação que afeta negativamente as pessoas.
Sintomas da FoMO
Alguns dos sintomas de pessoas com FOMO podem ser:
Passar muito tempo nas redes sociais, como Instagram, Facebook, Youtube ou Twitter, em sites de notícias vendo o que as pessoas estão fazendo ou lendo sobre as últimas notícias;
Passar muito tempo em chats, fóruns e blogs ou conversando com amigos em aplicativos de mensagem como Whatsapp, Telegram ou Skype, tratando de assuntos não produtivos ou fofocas sobre outras pessoas.
Aceitar propostas para todas as festas e eventos, presenciais ou online, por medo de perder alguma coisa ou se sentir excluído;
Usar o smartphone o tempo todo, mesmo durante as refeições, durante o trabalho ou dirigindo;
Deixar de curtir os momentos em família e com amigos e ficar se preocupando mais com as fotos que serão postadas nas redes sociais;
Sentir inveja e inferioridade, fazendo comparações frequentes com outras pessoas das redes sociais;
Estar frequentemente de mau humor, com irritabilidade fácil e preferir estar sozinho
Para identificar uma pessoa sofrendo com a FoMO, assim como outras síndromes, é importante e necessário procurar o auxílio de um especialista, como por exemplo um(a) psicólogo(a), no entanto, alguns sintomas mais intensos desse medo podem ser facilmente observados pelo próprio indivíduo, pela família e pelos amigos.
O importante é que uma pessoa que acreditar estar sofrendo desse mal e vê sua vida sendo transformada deve buscar ajuda especializada o quanto antes, evitando que essa síndrome se torne um problema grave.
Como a FoMO pode matar o seu tempo e sua produtividade?
Já abordamos em outros artigos aqui no blog do Klist sobre como nosso tempo é escasso.
Todo ser humano tem igualmente 24 horas por dia, e cabe a cada um determinar sobre como usar da melhor forma esse tempo.
Tirando a parte do descanso, afinal todos temos que dormir, o tempo que sobra é usado pela grande maioria no trabalho, nos estudos, na prática de exercícios, no lazer, numa atividade filantrópica, e assim por diante.
Os indivíduos com a FoMO tendem a tornar o seu tempo gasto nas redes sociais um tanto quanto nocivo e de modo que “invada” o tempo que deveria ser usado em outras atividades.
Por exemplo, a pessoa está no trabalho, mas começa a checar as redes sociais de 10 em 10 minutos, de repente ela está gastando 30, 40% do seu expediente nas redes sociais, vendo assuntos sobre outras pessoas que nada agregam à sua própria vida.
Como consequência esse tempo gasto fará falta para cumprir as suas obrigações profissionais.
Já imaginou por exemplo um piloto de avião que se atrasou para o embarque por que ficou horas olhando o Instagram?
Outro lado negativo dessa síndrome é o cansaço que pode ser abater sobre a pessoa que está usando o tempo de descanso para “ficar por dentro das novidades”.
O cidadão ou a cidadã fica até as duas da manhã rolando uma timeline infinita no Twitter ou vendo 75 vídeos no Youtube sobre a separação da atriz famosa e no outro dia estão “um bagaço” para ir trabalhar.
A consequência óbvia desse tipo de comportamento é o mal que isso faz à saúde e claro, a perda de produtividade, afinal, uma pessoa cansada não tem o mesmo desempenho de uma pessoa que dorme bem.
Outro problema significativo atrelado à FoMO é a necessidade da pessoa participar de tudo.
Toda reunião, todo congresso, todo webinar online, toda roda de bate-papo, todo grupo de Telegram, a pessoa se sente na obrigação de participar.
Se você faz isso uma coisa é certa, você terá que abrir mão de outras coisas na sua vida.
E que coisas serão essas?
O convívio com seus filhos e sua família? As atividades com os amigos? Os estudos? A leitura daquele livro? Os exercícios que você vinha praticando?
Alguma coisa vai ter que ficar de fora.
Não tem como, o seu dia é limitado e você terá de fazer escolhas, porém as vezes as escolhas que a FoMo vai te impelir podem ser as mais prejudiciais possíveis.
Todos esses exemplos que mostramos vão afetar não só a produtividade como a saúde da pessoa que passa por esse mal.
A vida requer equilíbrio e quando alguma atividade se torna obsessiva, se nos tira do eixo torna-se um vício que afeta tanto a vida pessoal como profissional.
E como todos sabemos vícios são sempre prejudiciais e tem que ser tratados.
Como se livrar da FoMO e de seus efeitos negativos?
Em primeiro buscar a ajuda de um especialista é fundamental, afinal um profissional é a pessoa mais indicada para as orientações sobre como lidar com isso.
Em segundo lugar, como todo vício, a FoMO tem que ser combatida de dentro para fora e isso exigirá força de vontade e dedicação da pessoa.
Reserve um tempo diário para refletir sobre como dar importância excessiva a tudo que acontece com os outros pode estar mais lhe prejudicando que ajudando é uma prática interessante também.
Afinal devemos agir sobre as coisas as quais temos controle e não ficar sofrendo sobre as quais não temos.
Resistir à vontade de consumir conteúdo em redes sociais o tempo todo é um grande passo.
Determinar horários para usar o celular ou acessar determinados sites no computador. Se necessário tranque seu celular numa gaveta (é radical, mas no começo até se acostumar pode resolver).
Mantenha um compromisso e um planejamento de fazer atividades pessoais e não faltar a elas.
Por exemplo, fazer academia uma hora por dia, 3 vezes por semana ou ler X páginas do livro todo dia
Para quem tem filhos, separar momentos para brincar com eles de forma inegociável também é interessante.
Determine um horário para descansar sem celular e computador por perto.
Desconecte-se um certo tempo antes de dormir (Especialistas dizem em pelo menos uma hora).
Determine um horário para dormir e seja fiel a ele todos os dias.
Enfim, livrar-se da FoMO requer um compromisso consigo mesmo(a) e esses pequenos passos dados em conjunto vão ajudar você a ter uma vida mais saudável e produtiva!
Você já tinha ouvido falar da FoMO?
Algum desses comportamentos vem afetando sua vida pessoal ou profissional?
Se sim, esperamos que algumas de nossas dicas possam te ajudar.
Se você conhece alguma pessoa que parece estar sofrendo desse mal envie esse texto para ela.
Obrigado por ficar conosco em mais esse artigo do blog do Klist, fique ligado aqui e em nossas mídias sociais que sempre tem material novo ligado a foco e produtividade pessoal.
Até a próxima.